sábado, 16 de fevereiro de 2013


Blog do Fernando Rocha


Notas de Jorge de Campos Valadares



O livro do Fernando Rocha.
 No conto “A terceira margem do rio”, Guimarães Rosa fala da transmissão: um pai decide e ir-se numa canoa para o meio do rio, sem nunca voltar a uma das duas margens possíveis.  Os filhos assistem à partida do pai que abençoa apenas um deles, aquele que pede para ir junto com ele. Um dia acena a este filho para que  o substitua na tarefa de manter-se no fluxo contínuo do rio.  Mas tomado pelo pânico que o apelo lhe causara, o filho não atende o pedido e o conto, daí em diante, é o relato de sua culpa.  A crítica literária, em geral,  traduz o  impasse entre o pai e o filho como o impasse de todo escritor diante do rio da tradição. Para criar sua obra o escritor deve ocupar o lugar da terceira margem, lugar simbólico que permite a transmissão de  uma herança cultural. Resenha da Betty B Fuks, para o livro de Fernando Rocha.
Pontalis,
1  J’aimerais jamais n’avoir rien écrit une ligne qui  ne soit venue de ce que me patients m’ont  permis de  deviner.  ( Noticia  da morte de Pontalis, por  Robert Maggiore / Libération 19/13/2013)
2  La parole qui inlassablement, elle se donne et s’accueille …
3  A criança deseja apropriar-se das qualidades do objeto para suportar a sua ausência.Diatkine.

Um comentário:

  1. Fernando. Fiz também alguns comentários sobre o texto do René Diatkine, um texto primoroso.

    Tenho dúvidas se o lugar ocupado por um escritor corajoso chega a ser "simbólico". É um lugar de angústia, de coragem, de perdição, de terceira margem...de sustentação e acolhimento ao redemoinho de quem realmente ek-siste...e isso era o que interessava Guimarães Rosa.

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