Blog do Fernando
Rocha
Notas de Jorge de
Campos Valadares
O livro do Fernando
Rocha.
No conto “A terceira margem do rio”,
Guimarães Rosa fala da transmissão: um pai decide e ir-se numa canoa para o
meio do rio, sem nunca voltar a uma das duas margens possíveis. Os filhos
assistem à partida do pai que abençoa apenas um deles, aquele que pede para ir
junto com ele. Um dia acena a este filho para que o substitua na tarefa
de manter-se no fluxo contínuo do rio. Mas tomado pelo pânico que o apelo
lhe causara, o filho não atende o pedido e o conto, daí em diante, é o relato
de sua culpa. A crítica literária, em geral, traduz o impasse
entre o pai e o filho como o impasse de todo escritor diante do rio da
tradição. Para criar sua obra o escritor deve ocupar o lugar da terceira
margem, lugar simbólico que permite a transmissão de uma herança
cultural. Resenha da Betty B Fuks, para o
livro de Fernando Rocha.
Pontalis,
1 J’aimerais jamais n’avoir rien écrit une
ligne qui ne soit venue de ce que me
patients m’ont permis de deviner.
( Noticia da morte de Pontalis,
por Robert Maggiore / Libération
19/13/2013)
2 La parole qui inlassablement, elle se donne
et s’accueille …
3
A criança deseja apropriar-se das qualidades do
objeto para suportar a sua ausência.Diatkine.
Fernando. Fiz também alguns comentários sobre o texto do René Diatkine, um texto primoroso.
ResponderExcluirTenho dúvidas se o lugar ocupado por um escritor corajoso chega a ser "simbólico". É um lugar de angústia, de coragem, de perdição, de terceira margem...de sustentação e acolhimento ao redemoinho de quem realmente ek-siste...e isso era o que interessava Guimarães Rosa.